sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

BES, Akoya e o radioso sol angolano (mas não só)

Afinal de contas, que confiança é que se pode depositar em Ricardo Espírito Santo e no seu banco (BES) e no seu grupo empresarial?
Ao longo das últimas décadas tem sido o "banqueiro do regime" e dos vários governos, fossem quais fossem as suas cores. Hábil em flutuar no mundo agitado das águas da política, foi sempre flutuando e com isso arrecadando magnificos negócios na área pública ou para-pública. Sempre com a mais respeitosa e respeitável aparência de senador.
Mas as ultimas notícias são verdadeiramente alarmantes. O BES já tinha estado envolvido anteriormente em muitos casos dúbios na área para pública (lembram-se daqueles tais sobreiros?, por exemplo). Mas agora está bem claro que
- o banqueiro depositou ilegalmente capitais no estrangeiro, que agora repatriou e de que pagou as multas e coimas que foram precisas para se livrar de ações penais (ver aqui, noticia do Expresso on line). Isso só foi conhecido em consequência das investigações sobre a Akoya e o banqueiro apenas retrocedeu em face de ter sido aberta a investigação do caso Monte Branco. Falta saber quantos mais casos é que o banco, ou porventura uma pouca conhecida sociedade de consultadoria do grupo, ajudou a expatriar ilegalmente capitais através da mesma sociedade suíça com quem afinal parece que as ligações do BES & Cª são muito mais profundas e eloquentes do que se conhecia.
- o envolvimento da Akoya e do BES com esse tal "empresário angolano" Madaleno, Familia & Ca, através do Sol (e da Cofina) é agora manifesto e público (ver aqui, notícia do Púbico on line), assim como é público o interesse dessas entidades sobre a dita privatização da RTP, "the next big thing" em negócios á custa do erário público - ou seja, o banqueiro tem trabalhado bem e adubado cuidadosamente o terreno para mais um grande negócio para-publico á custa do poder da altura (será que sem contrapartidas?).
Esta última noticia no fundo mostra uma relação clara (porventura menos direta mas não menos eloquente) entre o grupo ES e os tais suiços da Akoya, através desses Madalenos, pontas de lança do BES em Angola.
Que um dos banqueiros mais importantes do país esteja assim "atascado" neste mar de lama (não) é surpreendente, mas seguramente é arrepiante.
Uma pergunta óbvia: pode uma pessoa nessas circunstancias continuar a ter licença do Banco de Portugal quanto a idoneidade pessoal para gerir um banco - ainda por cima um dos mais importantes do país?
É manifesta o cuidado e a reserva com que alguma comunicação social evita falar destes casos. Porquê?

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