1. O ministro da defesa não foi visitar os tropas em missão fora de Portugal, quebrando uma tradição. É claro que isso é um incómodo e uma chatice, ainda por cima numa altura em que há tanta coisa natalícia (incluindo as prendas) a tratar por cá.
A desculpa pública dada para isso é um insulto ás tropas e aos portugueses: poupar o dinheiro da viagem. Se fosse verdade que já não há dinheiro para uma viagem de soberania nestas circunstancias, então já não existe país ... E nesse caso poupar-se-ia mais se não se mantivessem tropas no exterior - naquilo que é um dos mais importantes e bem sucedidas atividades das forças armadas portuguesas. Se não há dinheiro para se visitar esses homens e essas mulheres - como se compreende que haja dinheiro para todas as outras viagens do poder?
Na realidade o problema é outro: um governo que não viaja (especialmente para Bruxelas e outras capitais europeias) porque parece não saber como o fazer.
Este ministro já nos tinha sugerido a "fotografia do ano" (ver aqui). Agora esta é sem dúvida a "não viagem do ano".
2. O prmeiro ministro disse no facebook aquilo que não teve coragem para dizer no discurso oficial: "Este não foi o Natal que merecíamos". Espantosa admissão de culpa - mas sem pedido de desculpas.
Recordo que foi este (candidato a primeiro ministro) que pedíu desculpas por apoiar no parlamento umas medidas do anterior governo que eram uma brincadeira comparadas com o que está a acontecer, e desta vez ainda por cima da responsabilidade dos seus próprios erros de governação.
Este é o primeiro ministro que está a dar cabo dos pequenos empresários da restauração com a subida do IVA - mas que lutou denodadamente por não aumentar o IVA do leite achocolatado, antes e agora.
3. Uma bela história de Natal na SIC: a familia Pereira, 3 jovens músicos e a familia simples e modesta que os lançou do extremo norte de Lanhelas para os grandes centros e orquestras de musica portuguesas, em Lisboa. Uma história exemplar de "upward mobility" com talento e com muitos sacrificios.
Quando se compara esta história com a ascensão profissional e política do primeiro ministro e de outros colegas do governo, sente-se uma perturbante emoção.
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