A eurozona debate-se com três niveis de problemas:
1. Um primeiro problema ao nível da solvabilidade do sistema bancário
2. Depois, um problema ao nível da dívida soberana
3. E depois um problema mais profundo de falta de competitividade criado pela fuga de capitais entre 2000 e 2007 (dos países meridionais para a Alemanha, em especial)
1. um processo credível de resgate do sistema bancário e de união bancária,
2. uma intervenção que permita o normal financiamento da dívida soberana junto dos mercados (firewall, bazooka, eurobonds, projet bonds, ... chame-se o que quiser, mas que passará sempre por algumas formulas de mutualização da divida dentro do espaço da eurozona)
3. um alto nivel de inflação na Alemanha, para que a Europa meridional não tenha necessidade de uma deflação quase impossivel de aguentar sem graves perturbações (sem isso será difícil uma politica de crescimento que crie condições para os países do sul saírem da crise - mas será também muito difícil o consenso para tal necessário com que os países do dito "norte").
(Atualização, 11 Julho: para uma aplicação do "modelo" ao caso espanhol, ver este post de Krugman)
(Atualização, 12 Julho: um modelo alternativo, mas semelhante: post em Vox)
(Atualização, 11 Julho: para uma aplicação do "modelo" ao caso espanhol, ver este post de Krugman)
(Atualização, 12 Julho: um modelo alternativo, mas semelhante: post em Vox)
Várias análises sugerem que as medidas da última cimeira serão insuficientes para estabilizar os mercados. Ver por exemplo, as análises de Gavyn Davies no FT (More questions than answers after the summit) ou de Paolo Manasse (A spread-fixing scheme: Monti's pyrrhic victory?) e de Paul de Grawve (Why the EU summit decisions may destabilise government bond markets) no Vox. As últimas noticias não são animadoras e parecem indicar que os mercados começam a pressentir essas dificuldades e voltam a pressionar, passada a fase inicial de satisfação. As noticias dos media hoje mostram novamente níveis insuportáveis de taxas de juros para a divida soberana espanhola a 10 anos, parecendo confirmar as análises anteriores (segundo artigo em El Pais):
Harold James (historiador na Universidade de Princeton e no Instituto Europeu de Florença) faz uma reflexão sobre as questões de liderança na crise atual (The crisis of summer) e conclui:
Harold James (historiador na Universidade de Princeton e no Instituto Europeu de Florença) faz uma reflexão sobre as questões de liderança na crise atual (The crisis of summer) e conclui:
- In the past, it was war, immense dislocation, and suffering that could weld nations. Is Europe’s current crisis severe and dislocating enough to generate an analogous effect? The more Europe suffers, the more its people will correctly perceive an incrementalist agenda for reform as nothing more than an exercise in futility
- Moody’s decision to put the German public debt (already above 80% of GDP) on a negative watch is a healthy reminder that the EFSF/ESM route is leading nowhere good.
- The simple truth has been known all along ... The crisis will not end until the ECB acts as lender in last resort. It can do it on the cheap by either partially guaranteeing all Eurozone public debts or by setting a cap on their interest rates ... . This will bring the speculative phase of the crisis to a temporary end, leaving room for the other required steps.
- Private bondholders too will be hurt for having purchased what they saw as safe assets. This is a step that all governments want to avoid, which is understandable but futile. The more they wait, the deeper will be the haircuts and the larger the eventual losses.
- After all, the ECB can rescue the Eurozone, but it cannot repair it – only governments can do
that. ... The really good news is that, at long last, the euro has started to depreciate. Since there is no room left for an expansionary monetary policy and since most governments cannot use fiscal policy in a countercyclical way – just letting the automatic multipliers act remains a dream – the only possible boost to stop economic recession from spreading is a rise in exports. A weak euro is in Europe’s interest.
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