- "Alguns falaram durante imenso tempo e outros em apenas alguns minutos”, declarou Hollande, citado pelo “The New York Times”, referindo-se aos restantes 26 chefes de Estado e de governo que estiveram presentes.
Parece que o primeiro ministro português foi dos que mais falou. Nas declarações posteriores para a imprensa voltou com o discurso da ortodoxia germanica, continuando a ignorar os problemas estruturais dos mecanismos do euro, e a negar a necessidade de formas de mutualização da divida.
A reiterada recusa dos eurobonds é especialmente negativa: ao não ser capaz de assumir algum protagonismo em Bruxelas e procurar alianças estratégicas com outros países do sul da Europa, estará a condenar a economia portuguesa a uma experiencia desastrosa que provavelmente ficará para a historia da economia como um desastre potencialmente evitável, associado a alterações da posição geoestrategica da Alemanha reunificada.
No DN, Soromenho Marques comenta com uma veemência menos habitual:
A reiterada recusa dos eurobonds é especialmente negativa: ao não ser capaz de assumir algum protagonismo em Bruxelas e procurar alianças estratégicas com outros países do sul da Europa, estará a condenar a economia portuguesa a uma experiencia desastrosa que provavelmente ficará para a historia da economia como um desastre potencialmente evitável, associado a alterações da posição geoestrategica da Alemanha reunificada.
No DN, Soromenho Marques comenta com uma veemência menos habitual:
- No jantar do Conselho Europeu de quarta-feira, Passos Coelho - contrariando Monti, Hollande, Rajoy, Juncker, o FMI e a OCDE, entre muitos outros líderes e instituições - apoiou Angela Merkel contra as euro-obrigações. O escândalo racional da chanceler alemã é, assim, apoiado pelo mistério irracional do comportamento do primeiro-ministro português. A lógica da subserviência tem na decência, o seu limite moral, e no interesse nacional, o seu absoluto limite político. Passos Coelho está a rasgar todos os limites. Ele não se pode enganar no "P" ao serviço do qual se encontra. Ele foi eleito para servir Portugal e os portugueses. Não para se comportar como se o nosso retângulo fosse a província mais ocidental da Prússia.
- Yet solutions may require a degree of political and economic radicalism beyond the member countries.
Mas Martin Wolf fala também da novidade da situação:
- I do not know what the best or most likely way forward can be. But one must be found. The fragility of sovereign debt in the eurozone is potentially lethal, since it can push governments into unmanageable crises. Governments that would have been solvent if they had remained outside the eurozone are so no longer. Countries risk defaults of their governments and banks, together. This is likely to prove intolerable.
- eurozone sovereigns are exposed to risks that sovereigns with floating exchange rates and central banks are not. Sovereign debt of eurozone countries seem to be far more fragile than that of countries with their own central banks. This issue is a relatively new one, so far as I know. But it is extremely important.
- A freeze on liquidity may drive a solvent sovereign into default: we are then in the world of multiple equilibria. Thus a sovereign that could perfectly well avoid default if it had market confidence is, in the absence of a central bank, vulnerable to a run. The bonds of governments that lack their own central banks are exposed to an extra risk, in exactly the same way that the liabilities of banks without lenders of last resort are also exposed to risks that banks with lenders of last resort do not face.
Nos comentários ao texto de Wolf sente-se a preocupação no ar:
- Frightening indeed - in earlier times the solution to this dilemma would have led to war. It still of course may lead to revolution .....which I suppose is 'less bad'!
Atualização: Silva Lopes, citado pelo Jornal de Negócios:
- o tratado orçamental aprovado para os países da zona euro é uma "ideia sinistra" e vai ser "um desastre completo.
- Aliás, tenho dúvidas que a própria União Europeia possa persistir durante muitos anos se não mudar as regras", afirmou também ao considerar que "querer resolver os problemas da UE só com austeridade não vai ser possível".
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